AS CEBs NA NOSSA HISTÓRIA


      As CEBs fazem parte da história do povo de Deus

 

AURENIR PAIVA*


     Para compreender sobre as CEBS devemos buscar inspiração na Palavra de Deus e no Magistério da Igreja. As CEBs fazem parte da história do povo de Deus. Podemos conferir em At 12,12: Rm 16,5; “A Igreja que se reúne em sua casa”: “crescimento da comunidade-multidão”. 


As CEBS nascem antes do Concílio Vaticano II, mas recebem um impulso maior a partir do mesmo e das Conferências do Episcopado Latino Americano e Caribenho, sobretudo Medellin (1968) e Puebla (1979). Atualmente, as CEBS recebem um ânimo novo a partir da Conferência de Aparecida (2007), como também nos documentos pontifícios do Papa Francisco, especialmente com sua exortação Apostólica Evangelii Gaudium (2013), na qual afirma “Desejo uma Igreja pobre para os pobres“ EG (198).

 

 

     CEBS não são “pastorais” e mito menos um movimento. Não são apenas momentos em grupo, em equipes de serviço ou ajuntamentos frequentes de fiéis. Não são seitas fechadas no seio da Igreja. Elas brotaram no cenário eclesial brasileiro como algo bem pequeno sem defesa. Elas são um processo de grande significação que incidiu e continua incidindo profundamente sobre as estruturas da sociedade e também da Igreja, mesmo não estando na mídia.

 

As CEBS são fundamentalmente estruturas de Igreja, uma forma de organizar a Igreja. São unidades eclesiais menores, caracterizadas por alguns elementos estruturais: círculos bíblicos, ou grupos de reflexão bíblica, a partir do método da leitura popular da Bíblia; pela celebração semanal- celebração da Palavra ( com distribuição eucarística), por pura falta de sacerdotes, animada por uma equipe de liturgia; pelos conselhos pastorais comunitários nos quais mulheres e homens, em forma colegiada, assumem a animação e condução da comunidade, estando todas as equipes de serviço e pastorais ali representadas pelo compromisso sóciotransformador , mediante o qual a fé é confrontada com os desafios da realidade onde as CEBs estão inseridas. Constata-se que a força local das CEBS é potencializada pelo fato de elas não ficarem isoladas, mas articularem-se no âmbito local, diocesano, regional e nacional.

 



     É importante destacar que a espiritualidade bíblica é a condição primeira para a vitalidade da comunidade, pois a mesa da Palavra só produzirá frutos na vida se a comunidade for fiel ao Evangelho. É necessário e urgente que façamos a ligação fé e vida tão experimentada nas CEBS, durante décadas marcadas pelo compromisso e luta por justiça social com base na espiritualidade libertadora, que tanto favoreceu a organização dos trabalhadores do campo e da cidade e  a luta pela garantia de direitos.

 

 

                                                                                          

  AURENIR PAIVA

*Assessora das CEBs NE IV.(Piauí).

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