Carnaíba do Sertão na diocese de Juazeiro da
Bahia recebeu a ampliada das CEBs do Regional Nordeste 3- Bahia e Sergipe.
Contou- se com
a participação de 60 animadores e animadoras, representando 17 dioceses. Entre
estes, 6 padres e 3 irmãs. Refletirmos á luz das Diretrizes Gerais para a
Evangelização da Igreja (DGEI)- Pilar da
Palavra a partir da assessoria conduzida por Dom Beto, bispo da diocese de
Juazeiro e também o tema: Sínodo para
Amazônia e interpelações para as CEBs, uma igreja em saída, assessorada por
Roberto Malvezzi (Gogó).
A ampliada aconteceu nessa último fim de semana - nos dias 14 a 16 de fevereiro de 2020. Tendo como objetivos mobilizar e fortalecer a articulação das dioceses do regional, como
também refletir e organizar participação no 8 º Nordestão que acontecerá em Iguatu-
Ce. em Julho deste ano.
Significativo foi a participação e colaboração do
novo bispo referencial das CEBs do Nordeste, Dom Hernaldo.
o lema final do encontro foi: "Seguimos juntos, no
compromisso com a vida!"
Por Moura - texto e fotos.
Confira mensagem:
Confira mensagem:
MENSAGEM DA AMPLIADA
DAS CEBs PARA TODO O REGIONAL NORDESTE – 3 BA/SE.
A vida é um dom e também um compromisso!
Foi
o compromisso por dias melhores, para todas e todos, que nos encorajou reunir
aqui, nesta terra de gente forte e bonita, protegida por Nossa Senhora das
Grotas- mãe nascida das águas do São Francisco para toda vida juazeirense,
especialmente a de Carnaíba do Sertão. Nossa ampliada contou com a participação
de 60 animadores e animadoras. Entre estes, 06 padres e 03 irmãs, representando
15 dioceses. Fomos acolhidas e acolhidos pela generosidade, leveza e alegria de
Juazeiro, reveladas nos sorrisos afagantes de Dom Beto e das leigas e leigos da
sua diocese.
Atravessamos o sertão
num trem carregado de lutas e com o coração encharcado de esperança na missão.
Pausamos, e ainda sob o crepúsculo, rezamos pedindo licença
e a presença da Trindade Santa através do Ofício Divino das Comunidades. Já com
o luar de Carnaíba, refletirmos à luz das Diretrizes Gerais para a
Evangelização da Igreja (DGEI)- Pilar da Palavra. Foi sagrada a nossa escuta e
partilha, conduzida por Dom Beto. Quando reafirmamos que a nossa fé deve ser
convicta na Palavra Viva que é Cristo, o nosso coração também ardeu! Fomos
reconhecendo e partilhando nossas fraquezas eclesiais, litúrgicas,
organizacionais, na nossa maneira de evangelizar e celebrar. Compreendemos que
os nossos desafios para vivermos concretamente a missionariedade- essência de
uma Igreja em saída como deve ser a nossa- são muitos. É preciso superá-los. É
urgente retomar a “[1]Pedagogia
da Palavra”, criada por Jesus, sem transformá-la em espetáculo ou evento. Os
caminhos de superação podem ser encontrados
na conversão pastoral de toda Igreja, no estímulo e reconhecimento do
trabalho do leigo e da leiga, bem como na formação de pequenos núcleos e de uma
evangelização que saboreie a Palavra de Deus a partir da experiência
comunitária da leitura orante, pois, ainda que faça escuro do medo e da
desesperança, a escuta da Palavra clareia nosso caminho. Na alvorada de sábado,
fomos agraciados com a presença e o discurso esperançoso de Dom Hernaldo, nosso
bispo referencial, que anuncia um tempo de luta, apoio e comunhão no nosso
Regional. Fomos movidas e movidos pela inteligente e bela assessoria de Gogó.
Refletimos sobre o tema: Sínodo para Amazônia e interpelações para as CEBs, uma
Igreja em saída. Uma conversão integral é urgente e necessária. Esta é uma das
exigências expressa no documento final do Sínodo. Uma conversão que clame a
favor do pobre, do povo da Amazônia; que atenda e acolha a criação na sua
totalidade; que seja pessoal e comunitária; que seja pastoral estruturada na
sinodalidade-tão clamada pelo Papa Francisco. Na reflexão, reconhecemos que
toda vida vale a pena. Que nenhuma vida pode ser negada. Admitimos uma
conversão ao Evangelho vivo, que alcance a dignidade da vida das periferias.
Aprendemos que a Amazônia é do mundo, da humanidade. É “continente contra todo
desespero” e por isso devemos, culturalmente, converter-nos a ela para nos
“tornar o outro”, “aprender com o outro”, como fazem os indígenas na
compreensão do Universo: só existe uma grande alma que está em tudo, e por isso
não podemos matar. Aqui está uma máxima do Sínodo da Amazônia.
Somos convidadas e convidados a viver e abandonar o
proselitismo. Evangelizarmos sem nenhum tipo de imposição. Mas convencendo,
como fez o Cristo: com solidariedade, respeito, amor, empatia e justiça. Para
isto “uma Igreja toda tem que se converter” “aprendendo, desaprendendo,
reaprendendo” É preciso esta conversão, ampla e profunda; uma encarnação
amazônica, aqui no nordeste e em todos os lugares, como o Dilson fez com as
aroeiras: com sua conversão pessoal e no compromisso com a vida, sozinho,
cuidou do seu lugar no Sertão. Saindo ao encontro de pés de aroeira, encontrou
mais de 700 pés e fez proteção para todas impedindo que os bodes e cabras as
comessem. Garantiu vida, criou sustentabilidade. Ensinou-nos a ser!
[1]
As expressões aspadas referem-se ao Documento Final do Sínodo e ou da DGEI.
Algumas, também, se referem a capturas feitas das falas dos assessores.
As CEBs são
“expressões clara desta relação profunda fé-vida”. Caminhemos nesta convicção,
pois todos os dias é preciso fazer escolhas entre o bem e o mal, entre a vida e
a morte. Como seguidoras e seguidores do Ressuscitado, devemos apresentar uma
forma de ser, fazer e estar no mundo, coerente com o projeto Dele. Esta forma é
exigente, não cabe personalismo, mas deve ver o profundo na necessidade humana,
como Deus vê. Com esse espírito, retornamos ao nosso rebanho- Comunidade- lar
do sagrado, para fazermos brotar amor, justiça e paz, certas e certos de que a
luta nunca é em vão! Juazeiro-Ba, 16/02/2020

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